Resumo
Na sociedade atual, a solidão tornou-se um paradoxo evidente. A tecnologia conecta as pessoas globalmente ao mesmo tempo em que as distancia, gerando certo vazio existencial. O pacto oferecido pelas grandes empresas de tecnologia promete infinitas possibilidades em troca de dados pessoais, levando à exclusão daqueles que não aderem a ele – atitude que se assemelha a um novo tipo de totalitarismo, menosvisível, mas igualmente controlador. Desde a revolução industrial, o controle sobre a vida humana tem se intensificado, agora exacerbado pela digitalização das relações e do mundo. As análises de Hannah Arendt sobre as raízes do totalitarismo, presentes neste artigo, servem como trampolim para compreender a relação entre totalitarismo e tecnologia na sociedade contemporânea. Este trabalho se baseia na adoção deuma abordagem metodológica dialética, com enfoque no método procedimental monográfico. Emprega-se a técnica de pesquisa qualitativa, apoiada em pesquisa documental bibliográfica.Referências
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